31 de julho de 2010

Praça Onze - Herivelto Martins



Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais Escola de Samba, não vai
Chora o tamborim
Chora o morro inteiro
Favela, Salgueiro
Mangueira, Estação Primeira
Guardai os vossos pandeiros, guardai
Porque a Escola de Samba não sai

Adeus, minha Praça Onze, adeus
Já sabemos que vais desaparecer
Leva contigo a nossa recordação
Mas ficarás eternamente em nosso coração
E algum dia nova praça nós teremos
E o teu passado cantaremos

Acorda Escola De Samba - Herivelto Martins



Acorda, escola de samba, acorda
Acorda, que vem rompendo o dia
Acorda, escola de samba, acorada
Salve as pastoras e a bateria

No Morro
Quando vem rompendo o dia
Na escola também
Vem raiando o samba
A pastora amanhece cantando
E a turma desperta, entoando
Um hino de harmonia

Carinhoso - Pixinguinha



Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

29 de julho de 2010

Lá Em Mangueira - Heitor e Herivelto



Lá em Mangueira
Aprendi a sapatear
Lá em Mangueira
É que o samba tem seu lugar
Foi lá no morro
Um luar e um barracão
Lá eu gostei de alguém
Que me tratou bem
Eu dei meu coração (x2)

No morro a gente
leva a vida que quer
No morro a gente
gosta de uma mulher
E quando a gente
deixa o morro e vai embora
Quase sempre chora
Chora, chora

Lá em Mangueira
Aprendi a sapatear
Lá em Mangueira
É que o samba tem seu lugar
Foi lá no morro
Um luar e um barracão
Lá eu gostei de alguém
Que me tratou bem
Eu dei meu coração

Saudosa Mangueira - Herivelto Martins



Tenho saudades da Mangueira
Daquele tempo em que eu batucava por lá
Tenho saudade do terreiro da escola
Eu sou do tempo do Cartola
Velha guarda o que é que há?
Eu sou do tempo em que malandro nào descia
Mas a polícia no morro também não subia
Aí Mangueira, minha saudosa Mangueira
Depois que o progresso chegou
Tudo se transformou e a Mangueira mudou
Já não se samba mais a luz do lampião
E a cabrocha não vai pro terreiro de pé no chão

24 de julho de 2010

Antonio Castro Alves (Mano Décio da Viola - Molequinho - Comprido) - Enredo do Império Serrano de 1948



Salve Antônio Castro Alves
O grande poeta do Brasil
O mundo inteiro jamais esqueceu
Sua poesia de encantos mil
Deixou história linda
Seu nome na glória vive ainda

Salve este vulto varonil
Amado poeta do nosso Brasil
Foi a Bahia que nos deu
Sua poesia o mundo jamais esqueceu

Quando O Samba Acabou - Noel Rosa



Lá no morro da Mangueira
Bem em frente a ribanceira
Uma cruz a gente vê

Quem fincou foi a Rosinha
Que é cabrocha de alta linha
E nos olhos tem seu não sei que

Numa linda madrugada
Ao voltar da batucada
Pra dois malandros olhou a sorrir

Ela foi se embora
Os dois ficaram
E depois se encontraram
Pra conversar e discutir

Lá no morro
Uma luz somente havia
Era lua que tudo assistia
Mas quando acabava o samba se escondia

Na segunda batucada
Disputando a namorada
Foram os dois improvisar

E como em toda façanha
Sempre um perde e outro ganha
Um dos dois parou de versejar
E perdendo a doce amada
Foi fumar na encruzilhada
Passando horas em meditação

Quando o sol raiou
Foi encontrado
Na ribanceira estirado
Com um punhal no coração

Lá no morro uma luz somente havia
Era Sol quando o samba acabou
De noite não houve lua
ninguém cantou

Cântico A Natureza - (Nélson Sargento, Alfredo Português e José Bispo)



Brilha no céu o astro-rei
Com fulguração
Abrasando a terra
Anunciando o verão
Outono, estação singela e pura
É a pujança da natura
Dando frutos em profusão
Inverno, chuva, geada e garoa
Molham a terra
Preciosa e tão boa
Desperta
A primavera triunfal
São as estações do ano
Num desfile magistral

A primavera
Matizada e viçosa
Recheada de amores
Engalanada, majestosa
Desabrocham as flores
Nos campos, nos jardins e nos quintais
A primavera é a estação dos vegetais
Oh! Primavera adorada
Inspiradora de amores
Oh! Primavera idolatrada
Sublime estação das flores

Sala De Recepção - Cartola


Habitada por gente simples e tão pobre
Que só tem o sol que a todos cobre
Como podes, mangueira, cantar?

Pois então saiba que não desejamos mais nada
A noite, a lua prateada
Silenciosa, ouve as nossas canções

Tem lá no alto um cruzeiro
Onde fazemos nossas orações
E temos orgulho de ser os primeiros campeões

Eu digo e afirmo que a felicidade aqui mora
E as outras escolas até choram
Invejando a tua posição

Minha mangueira essa sala de recepção
Aqui se abraça inimigo
Como se fosse irmão

Quem tem, tem - Aniceto do Império





Quem tem tem, quem não tem vai arranjar
Quem tem tem, quem não tem vai arranjar

Se o amigo tem duas mulheres
Olha é bom deixar pra lá
Curtição da tua vida
É tarefa de cansar
Vão trabalhar!

Teu primo-irmão tem dinheiro
Você não quer trabalhar
E fica no botequim
Com os amigos a vagar
É de amargar!

Se passa um cidadão
Ficas ao admirar
Por ele estar bem trajado
Também pode se trajar
Sem raptar!

Muita gente aposentada
Às onze vai almoçar
É motivo para crítica
Sua doença é falar
Vai se matar!

Todo aquele que critica
Devia se preparar
Auto critica não fazes
Se referva e quer brigar
Assim não dá!

Vaidade De Um Sambista - Francisco Santana



Um dia um sambista em sua vaidade
Disse que vitória pra Portela é banalidade
Mais tarde outro dizia
Mesmo derrotados cantaremos com alegria

Ganhar todo mundo sabe, sorrir e sente prazer
Mas o bonito é saber perder

A Portela enfrenta derrota como vitória
O seu passado é repleto de glória
O seu azul e branco quando desce é pra valer
Só a Portela sabe ganhar e perder

22 de julho de 2010

Legados de Dom João VI (Candeia / Picolino / Waldir 59) Samba Enredo do Portela de 1957



Quando veio para a nação
Que mais tarde o consagraria
D. João VI, o nobre magistrado
Ao passar pelo estado da Bahia
Instituiu novo texto
Abrindo os portos do Brasil
Para o mercado universal
Logo após seguiu o seu roteiro
Com destino ao Rio de Janeiro
Quando aqui chegou, desembarcou com toda família real
Incomensurável séquito
Vulto de notável mérito
O eminente príncipe-regente

Um ano depois Sua Alteza
D. João ordenou
A invasão da Guiana Francesa
E depois criou com sabedoria
Academia da Marinha, Museu Nacional
Escola de Belas Artes, também o primeiro jornal
Mais tarde o povo aclamou
Esta figura de grande marca
Unidos em coros mil
Viva o grande monarca
Regente dos destinos do Brasil

Glórias Do Samba

Apoteose Ao Samba - Silas e Mano Décio



Samba, quando vens aos meus ouvidos
Embriagas meus sentidos
Trazes inspiração
A dolência que possuis na estrutura
É uma sedução
Vai alegrar o coração daquela criatura
Que com certeza está morrendo de paixão
Samba cantado por muitos ares
Atravessaste os sete mares
Com evolução
O teu ritmo quente
Fica ainda mais ardente
Quando vem da alma de nossa gente

Eu quero que sejas sempre
Meu amigo leal
Não me abandones não
Vejo em ti o lenitivo ideal
Em todos os momentos de aflição
És meu companheiro inseparável de tradição
Devo-lhe toda gratidão
Samba eu confesso, és a minha alegria
Eu canto pra esquecer a nostalgia

Samba Na Praça Onze - Antonio Fontes Soares

6 de julho de 2010

Pátria Querida - Carlos Cachaça

Baile Das Flores

Este Mundo É Uma Roleta - Paulo e Monarco

Lenços Brancos

Portela Feliz - Zé Keti



Teus cavaquinhos, teus pandeiros
E as tuas cuícas
Teus tamborins, chocalhos e surdos
São uma tentação
Quem é que vem lá?
É o povo que diz
É a Portela, Portela feliz
Com a Velha Guarda
É uma tradição
Sua juventude bem vibrante a cantar
Um samba natural de Osvaldo Cruz
Que sem vaidade
Sempre deixa uma saudade

Portela do Paulo e do Claudionor
E de outros saudosos sambistas
Que Deus do Céu já levou
(Portela querida)
Não se humilha a ninguém
A todos que muito bem
Seu negócio é sambar
Eu falo assim porque sou
Um dos poetas de lá

Império Tocou Reunir - (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)



Vem, vem ouvir
O império tocou reunir
Vem, vem ouvir
O império tocou reunir
Não fique assim desanimada
Seu amor vai dizer
Que você é uma louca apaixonada
Não se deixe dominar
Que o amor é uma ilusão
Que não vale nada
Ao invés de você chorar
Vem cantar até chegar a madrugada

Eu quero lhe ver cantando
Sorrindo e sambando
Pra esquecer esta paixão
Que domina seu coração
É triste você sentir uma dor
Quando alguém
Vem sorrir do seu amor